Jovens estão introduzindo na política brasileira um novo senso de coletividade, recriando paradigmas por meio do uso aberto das tecnologias e utilizando a diversidade como metodologia para transformar o presente e o futuro.
Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Jovens no poder – Redesenhando o rumo da política agora!”, que acaba de ser lançado pelo Instituto Update, mostrando como as juventudes brasileiras – conectadas a diferentes contextos, realidades e identidades num novo patamar de atuação política – estão vislumbrando a ocupação do poder como uma das estratégias para fortalecer a democracia e garantir direitos fundamentais.
O estudo destaca ainda que os jovens inovadores que entram na política têm uma enorme consciência de sua responsabilidade frente à sociedade, agindo com respeito às diferenças e voltados à construção de um futuro em comum. Como resultado, estabelecem novos paradigmas: a hierarquia, a competição, a dependência, a polarização, a burocracia e a imposição dão lugar à política em rede, à colaboração, à emancipação, ao afeto, à criatividade e à empatia.
Saiba como foi a live de Lançamento da pesquisa Jovens No Poder
No dia 24 de novembro, a pesquisa foi lançada em uma live no nosso canal do Youtube. Com a mediação da escritora e jornalista Jéssica Moreira, o evento contou com a participação de Larissa Dionísio, Coordenadora da pesquisa, Jéssica Vanessa, ativista pelos Direitos Humanos e Vinicius Lima, jornalista e Cofundador do SP Invisível, ambos pesquisadores por trás do estudo #JovensNoPoder.
Além disso, o debate sobre a incidência das juventudes na política ficou por parte de Ariene Sussui, ativista indígena do povo Wapichana, jornalista e pesquisadora, Coordenadora Nacional de Ativismo e movimentos sociais da Rede Sustentabilidade, e Luma Menezes, a vereadora mais jovem da história da cidade de Alagoinhas-BA e Procuradora Especial da Mulher na Câmara da cidade.
No final do evento, a poetisa, Eliza Castro, declamou um poema especial baseado na pesquisa e na experiência das juventudes na política.
Confira algumas falas dos convidados para a live de lançamento do estudo Jovens No Poder:

“A gente reconhece que tá difícil sonhar, a gente não quer romantizar essa trajetória das juventudes na política, pelo contrário: a gente quer trazer essa realidade, mas de uma forma que toque a gente enquanto seres humanos, capazes de imaginar. E se a gente é capaz de imaginar, a gente é capaz de fazer uma política diferente”.

Em seguida, a pesquisadora Jéssica Vanessa explicou um pouco sobre os desafios e as inspirações que surgiram durante o processo de estudo das trajetórias dos jovens na política: “As juventudes trazem uma forma de inovar na política, deixando a política velha pra trás, principalmente através das redes sociais, a gente percebeu que com essas tecnologias quem antes não tinha voz ganha espaço de fala. Varias inspirações surgiram durante a pesquisa, como a Dani Monteiro, semente do legado de Marielle Franco, que mostra como as juventudes estão se alimentando dos exemplos de força e inclusão”.

Vinicius Lima, pesquisador do estudo que já esteve no lugar de um candidato jovem na política, relatou: “Muita gente olha e pergunta: mas é você mesmo o candidato? Ou acha que você tá brincando de fazer política. ‘ah, não, vamos esperar mais um pouco, tenta na próxima’ mas não, você quer entrar na política agora, você quer ser eleito agora, seus projetos são pra agora. Não é pro amanhã, simplesmente. É pra construir o amanhã, mas a partir de agora.”

Luma Menezes, vereadora entrevistada no estudo, trouxe a sua experiência como exemplo dos obstáculos e potencialidades das juventudes no poder: “Infelizmente a política é um processo muito violento, para mulheres, para pessoas negras e para pessoas jovens – e não deveria ser! Muita gente fala ‘ah, mas política tem disso, sempre vão ter pessoas querendo desmerecer’, mas a gente não pode naturalizar isso.”

A última participante a falar, Ariene Susui, trouxe a sua vivência como jovem indígena para complementar o debate: “O Jovem indígena tem desafios que vão além dos obstáculos das juventudes e deixam ainda mais difícil atuar na política. Por que nós queremos essa ocupação de espaço dentro de cargos públicos? Porque diversas leis de violação de direitos indígenas estão dentro da política hoje.”
E você, o que pensa sobre esse assunto? Pra você, a participação dos jovens na política é importante? Deixe aqui a sua opinião! Que tal fortalecer essa ideia? Compartilhe esse conteúdo nas suas redes sociais.