Jovens: qual será o presente e futuro da política no Brasil?

A série de estudos Emergência Política quer conhecer lideranças jovens que estão transformando a forma de atuar na política.

Por Larissa Dionisio e Jéssica Cerqueira

O ano é 2020, vivemos uma pandemia no mundo e o contexto atual político, econômico, social e ambiental, apresenta muitos desafios para o presente e para futuro de todas as gerações. Essa realidade fica ainda mais instável para quem está começando a tomar decisões sobre a própria vida e da sociedade: as juventudes. 

É nesse contexto que a geração Z entra, com toda a diversidade de realidades existentes (jovens periféricos, quilombolas, rurais, ribeirinhos e indígenas, LGBT+ e outros) rodeados de desigualdades estruturais de raça, gênero, classe social e territórios. São jovens que hoje têm entre 16 e 25 anos. No Brasil, são cerca de 47 milhões de jovens que fazem parte desta faixa etária (PNAD, 2019). Já toda a América Latina e o Caribe contam com mais de 150 milhões de jovens entre 15 e 29 anos (PNUD, 2015). 

Para tentar responder a essas e outras perguntas que surgem, começamos uma nova missão aqui no Instituto Update: o Emergência Política Jovens. Queremos saber mais sobre o imaginário político das juventudes; aprender e compartilhar conquistas e desafios na jornada da participação política; trocar experiências com quem está construindo o nosso presente-futuro e transformando a política institucional, dando visibilidade a esses novos jeitos de fazer política. 

Vem alguém na sua mente? Lembrou de alguma amiga, amigo e amigue que está discutindo e fazendo política de uma forma diferente? Aquela candidata jovem que você votou nas últimas eleições? Ou aquela liderança jovem comunitária que sempre fez tanto pela cultura e educação do seu território, você pode indicá-la aqui neste formulário.

E se você é essa pessoa que tem entre 16 e 25 anos, está com todo gás para colaborar nessa transformação, acesse aqui e faça parte do nosso mapeamento colaborativo. Será um prazer saber mais do seu trabalho e envolvimento com a política.

Jovens
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Vamos contextualizar

Na última eleição municipal, em 2020, o número de candidatas e candidatos dentro da faixa etária acima foi de 17.147 mil candidaturas válidas. Destas, 1.624 foram eleitos/eleitas, segundo o TSE. Já a participação de eleitores/as entre 16 e 17 anos neste mesmo pleito foi um dos mais baixos desde 1990.  Será que a política institucional está preparada para receber esses jovens eleites? E os que estão fora da política institucional, que sociedade estão construindo? Quais são suas referências e agendas prioritárias? 

Caminhando junto com todos esses dados, vemos a presença intensa da geração Z nos aplicativos e redes sociais. É neste espaço digital que as interações acontecem, como se fosse um palanque simultâneo, sabe? O engajamento é expressivo, os memes viralizam, hashtags de todos os tipos, deboche criativo e muito papo reto.

Já presenciamos novas e diversas formas de fazer política que surge dessa galera que mergulha de corpo e alma:

  • ocupação dos estudantes secundaristas no Brasil pelo acesso à qualidade de ensino público e gratuito;
  • Greta Thunberg encabeçando a agenda urgente do combate à mudança climática;
  • meninas-mulheres-mães-avós em mobilizações intergeracionais sobre o direito ao aborto, livre, seguro e gratuito na Argentina;
  • adolescentes e jovens chilenas pedindo uma nova constituição;
  • Malala colocando seu corpo jovem na trincheira pela educação equânime entre homens e mulheres;
  • Fetxá Veríssimo que se viu como um dos pajés mais jovens a liderar uma comunidade indígena, sendo homossexual e um dos únicos indígenas do seu território como estudante de direito;
  • juventude negra política que tem trazido para o centro a mudança radical que precisa ser feita para que o racismo e o genocídio da população preta seja pauta central de ações progressistas e democráticas.

Mesmo vivendo e crescendo em um cenário de polarização política global, as juventudes estão participando e fazendo política de outras formas a partir de outras perspectivas. Quais são essas perspectivas? O que é prioridade? E como essas novas linguagens, formatos e histórias estão impactando a formulação de políticas públicas? 

O cenário é desafiante, mas jovens de todo o mundo estão criando novas formas de atuação nas ruas, nos territórios, redes, câmaras legislativas, coletivos e associações. Porque política se faz todo dia e em todo lugar, é ferramenta de transformação.  E a geração Z tá bem ligada nisso! 

Tem alguma dúvida ou ficou afim de saber mais sobre o projeto? Escreva para [email protected] 

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